Qual é a importância do programa Experiências em Inovação Social?
É comum as inovações na área social, as tecnologias sociais desenvolvidas pela sociedade, não conseguirem a visibilidade que esperam. Isso dificulta a sua replicação. Diferentemente da tecnologia industrial, que você cria, patenteia e vende, as tecnologias sociais dependem de ser noticiadas para que outros interessados as conheçam, as adaptem às suas realidades e, então, possam replicá-las. Dar visibilidade a essas iniciativas não é algo fácil. O alcance da comunicação das organizações sociais é limitado. Sendo assim, um prêmio como esse ajuda a aumentar essa visibilidade. E contribui para que experiências inovadoras possam influenciar políticas públicas e programas de ampla abrangência.
Que impacto o prêmio pode trazer para as comunidades envolvidas?
Um aspecto importante é mostrar às comunidades dos empreendores sociais que eles fazem de um grupo maior, formado por projetos e organizações de toda a América Latina e Caribe, que também atua em favor do desenvolvimento regional. Em resumo, o prêmio ajuda a gerar um sentimento de pertencimento a uma ação de maior impacto, permitindo que os participantes se conheçam, troquem experiências e formem redes de interesses que podem potencializar esse desenvolvimento. Finalmente, o concurso tem como objetivo dar um reconhecimento público a essas iniciativas inovadoras.
Por que a Fundação Kellogg decidiu apoiar o concurso Experiências em Inovação Social convocado pela Cepal?
Por que a Fundação Kellogg tem um compromisso com o desenvolvimento da América Latina e do Caribe. Ela busca reconhecer os líderes das comunidades que podem alavancar o desenvolvimento regional – tendo essas populações como protagonistas. O apoio ao projeto Experiências em Inovação Social é uma conseqüência natural dessa política. A Fundação Kellogg quer que a sociedade e os governos da região reconheçam, valorizem e dialoguem com as organizações sociais que possuem propostas inovadoras para resolver seus próprios problemas – e que são os grandes problemas da América Latina e do Caribe. A Fundação Kellogg, criada por William Keith Kellogg em 1930, tem estado ao lado desses desenvolvedores sociais desde 1941, quando iniciou suas atividades na região.
De que maneira o apoio ao concurso Experiências em Inovação Social se insere na estratégia da Fundação Kellogg?
O apoio a essa iniciativa se insere em uma estratégia de desenvolvimento de lideranças na América Latina e Caribe, visando fortalecer idéias inovadoras e as intituições como forma de estimular esse crescimento.
Que balanço o senhor faz da iniciativa?
O balanço é muito positivo, lembrando que um dos objetivos do prêmio é identicar iniciativas inovadoras. Ela, sem dúvida, está contribuindo para que a América Latina e o Caribe conheçam melhor o potencial criativo de seus atores sociais.
Francisco B. Tancredi foi Diretor Regional de América Latina e Caribe da Fundação Kellogg de 1999 a 31.08.2008. É médico psiquiatra com mestrado e doutorado em saúde pública pela Universidade de São Paulo (USP) – área em que atuou por mais de 20 anos –, tendo dirigido a unidade de planejamento da Divisão de Saúde Mental do Departamento de Saúde do Estado de São Paulo. Trabalha com a Fundação Kellogg desde 1987, quando iniciou sua colaboração como consultor. Desde novembro de 2008, integra o júri do Programa Experiências em Inovação Social.
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